Eixos Estratégicos
Para tornar a ODZH ativa, dinâmica e capaz de cumprir com a sua missão de conservação e proteção das zonas húmidas e da avifauna, foram definidos quatro eixos estratégicos para orientar as ações da organização que são: Fortalecimento Institucional, Conservação das Zonas Húmidas e sua Biodiversidade, Monitorização e Parâmetros Ambientais e Educação e Comunicação Ambiental.
Eixo 1
Fortalecimento Institucional
O reforço de capacidade dos membros da ODZH é uma das prioridades da organização. Desenvolvemos atividades de formação contínua dos elementos que pertencem à Rede de Contadores de Aves, dos estagiários na área da conservação ambiental e de diferentes grupos de professores dos Bijagós, Jeta, Caió, Mansoa, Calequisse, Bôte, Mata de Uco, em Pedagogia da Educação Ambiental. As associações de base comunitária, dos pescadores de Caió, de Bôte, de Calequisse e de Ponta Pedra que pescam em torno da colónia de aves marinhas de Bantambur, em Dapack – Jeta e os membros da associação de base comunitária Djotchetchenglar de Dapack –Jeta trabalham diretamente com a ODZH na gestão sustentável dos recursos naturais.
Eixo 2
Conservação das zonas húmidas e sua biodiversidade com e para as pessoas
Foi construído um Centro de acolhimento em Dapack com o apoio do Secretariado Comum do Mar de Wadden em 2018 e financiaram-se algumas atividades geradoras de rendimento com as comunidades locais e associação dos pescadores de Caió, de Bôte, associação comunitária de Dapack-Djotchetchenglar, para encorajar a participação comunitária ativa na conservação e proteção de Bantambur e das zonas húmidas. Está prevista a compra de um bote para monitorização e vigilância comunitária da colónia de Bantambur, a construção de duas casas de passagem em Dapack para o apoio ao ecoturismo comunitário em 2021.
Ainda neste âmbito, foi elaborado e celebrado um protocolo de acordo para a gestão e conservação da colónia de Bantambur com 6 comunidades em torno de Bantambur (Jeta, Caió, calequisse, Bóte, Dapack e Ponta Pedra) em 2020. Isso marca mudanças em termos de interação e integração de diversas comunidades locais através de sensibilização.
Foi iniciada a monitorização da colónia de aves aquáticas do Rio das Serpentes em Jeta. Ainda é realizada a vigilância durante quadra festiva do natal e do ano novo, na colónia de aves aquáticas de Enchude, no sentido de evitar a predação de ovos e filhotes durante as festas de final do ano. Produz-se anualmente, um relatório que avalia o estado de saúde ambiental das zonas húmidas consideradas importantes para as aves (IBA’s) na Guiné-Bissau, através da coleta de dados a integrar num formulário disponibilizado pela BirdLife lnternational. Produz-se também um relatório de monitorização mensal da colónia de aves marinhas de Bantambur, em Dapack, na ilha de Jeta. Este eixo de intervenção incluiu ainda a monitorização da avifauna nas zonas húmidas em torno da Colonia de Bantambur entre 2018 e 2020.
Todo este esforço contribui para a valorização da riqueza da Guiné Bissau em biodiversidade, ecossistemas e paisagens que se destacam no cenário regional e mundial e para a sua conservação. Por outro lado, representa uma estratégia de mitigação das ameaças e dos riscos que corre a biodiversidade no país e a nível global.
Os projetos que contribuíram para as ações deste eixo foram o programa Alcyon de Birdlife e DOIE de Wetlands International, ambos financiados pela Fundação MAVA. Estas atividades continuam com o Projeto Comunidades Juntas para a Conservação de Bantambur, financiado pelo PNUD, 2020 – 2021.
Eixo 3
Monitorização da biodiversidade e Parâmetros Ambientais
A monitorização de diversos parâmetros ambientais e físico-químicos da água, decorre do processo de monitorização da avifauna ou da biodiversidade, no sentido mais lato. O desenvolvimento desta linha de ação, permitirá concorrer a vários projetos relacionados com a conservação dos habitats aquáticos, em especial os tarrafes e outros ecossistemas húmidos de grande importância na zona costeira.
O nosso objetivo é de ajudar a modificar a prevalecente visão fragmentada da conservação dos sistemas naturais, promovendo uma visão ecossistémica. É nesta ótica, que queremos promover pesquisas que nos permitirão fazer a correlação e buscar as múltiplas causas dos possíveis impactos ou danos aos ambientes costeiros. Desde 2018, que temos trabalhado este eixo de intervenção, estando já treinadas a este efeito 10 pessoas para poderem incluir esses dados nos inquéritos sobre os ecossistemas aquáticos. No entanto, temos dificuldade em avançar por falta de materiais ou aparelhos para medir vários parâmetros com fiabilidade.
Eixo 4
Educação e comunicação ambiental
A educação ambiental é uma das estratégias para promover a participação das escolas comunitárias e da nova geração na conservação ambiental.
Tem havido trocas de conhecimentos e experiências com as equipas técnicas da ODZH as quais têm respondido positivamente e mostrado progressos em educação ambiental nas escolas. De 2018 a 2020, as escolas envolvidas conseguiram fazer uma planificação e realizar suas atividades de educação e comunicação ambiental, incluindo birdwatching com os alunos.
É um processo que promove aulas abertas, envolvendo o aluno e o seu meio natural. Cria condições para que os professores e os alunos diagnostiquem em conjunto e compreendam elementos que compõem os sistemas socioambientais dos quais fazem parte. Permite-lhe perceber também quais alterações que estão acontecendo nos sistemas que os envolvem e como isso pode influenciar os seus modos de vida nas suas comunidades.
Em 3 anos sensibilizamos através da educação ambiental 10.000 alunos nas 48 escolas com as quais trabalhamos: 12 no Setor Autónomo de Bissau, 16 nos Bijagós e 20 nas regiões de Cacheu e Oio, nomeadamente, Caió, Jeta, Calequisse, Bôte, Mata de Uco e Mansoa. Todas essas escolas localizam-se na zona costeira do Guiné Bissau.
A Educação ambiental nas 12 escolas de Bissau foi e é implementada graça ao apoio dado pela VBN, 2020-2021. As restantes escolas do interior, foram intervencionadas com o apoio do projetos Limícolas dos Bijagós IBAP/MAVA. As escolas de Mansoa e Jeta foram apoiadas através do projeto Viver com as Aves da Embaixada de Holanda e de Monitorização do Maçarico-de-bico-direito e da Ganga, financiado pela VBN.
A sensibilização é dirigida às associações comunitárias dos pescadores em cinco localidades em torno do banco de nidificação de Bantambur e à associação comunitária de Dapack em Jeta. As nossas ações de Educação ambiental são focalizadas em parte, nas comunidades em torno dos núcleos importantes para aves localizadas na proximidade das IBA’s da Guiné Bissau.
No entanto, Não deixamos de lado outras comunidades ou localidades, tendo em conta a complexidade da questão ambiental e tentamos suprir essas lacunas através de programas radiofónicos difundidos gratuitamente na Rádio Galáxia de Pindjiguiti, um espaço de antena de uma hora por semana, que a direção da rádio ofereceu à ODZH como uma forma de contribuir para a conservação socioambiental no país, na região e no mundo.